.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A Prova

Conhecendo a vida social, como conheço,
Me afasto das camisas brancas de colarinhos duros,
Pois acho que a dose de champanhe tem seu preço
E combato-os, escrevendo em negros muros...
Me chamem anarquista, comunista, idealista,
Revoltado, classe média... pouco importa...
Sou antes de tudo, brasileirista,
Sou "Zé Povinho", aquele que lhe bate à porta.
A minha única diferença do povão subnutrido,
É que li livros, me formei, virei alguém...
Mas nem por isso me sinto deprimido,
Quando venho em poemas, defender o "João Ninguém".
Vocês membros sociais, já pararam prá pensar,
Que sem os colarinhos engomados, as gravatas,
Vocês se parecem, até no andar,
Com aquele "Zé Povinho", que na madrugada vira latas,
Procurando nossos restos pra poder se alimentar,
Pois em suas casas não há pão, não há leite e nem batatas,
E ele cata latas, para não sair a roubar,
Dos colarinhos engomados, homens, usando gravatas?
Todos nós, meus caros senhores, fazemos parte de um povo,
O "Zé povinho", eu , os doutores,
Todos nós sofremos com o novo,
Mas será que seus colarinhos engomados, roupa nova,
Faz dos senhores, melhores seres humanos?
Suas atitudes serão a prova:
Se são ou não, capazes de serem insanos!


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

Nenhum comentário: