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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desespero

Sinto atualmente, e cada vez mais,
Vontade de viver e morrer em paz,
Junto aos meus amores,
Distante de meus temores.

Pois nesta vida, em que vivemos,
Dia a dia, a paz perdemos,
Nada nos resta, além da amargura,
De ver chegar ao fim uma emoção impura.
E depois que perdemos o amor, a esperança,
Nada mais nos resta, somente a triste lembrança.

O recordar, com o tempo, tornou-se opaco,
E do coração, que era forte tornou-se fraco.
Nada nos faz rir como outros,
Já não há mais as alegrias, a toda hora.

A solidão toma conta de nosso ser,
Somente o que resta é esquecer.
Esquecer os grandes amores do passado,
E tentar viver um viver mais socegado.

Um sufocar de emoção e sentimentos,
Um recordar eterno de nossos lamentos.
Mas se este é o viver de atualmente,
O morrer é mais certo, infelizmente.

Pois a morte, nos trará o descansar,
E, longe deste mundo talvez voltemos a amar.
Pois como o mundo está não há saídas,
Há apenas o redescobrir de velhas feridas.

Pôr isso o partir é tão lamentável,
É bem melhor do que o viver num mundo indesejável.
Não peço a morte, pois não tenho este direito,
Mas acho que só morrendo, tornar-me-ei perfeito.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

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