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sábado, 6 de dezembro de 2008

Adeus Elis

“Escutando sua voz, que saia da caixa de som,
E espalhava-se pelo ambiente,
Descobri, no meu intimo,
Que deverias ser muito gente.
Gente..... na expressão da palavra cantada,
Gente..... muito além daquela esperada.
Alguém com força interior..... com carisma,
E aquilo me pôs, na cuca, uma cisma......
Uma cisma que se tornou uma profunda obsessão:
Queria escutar a tua voz..... tua canção.
E num dia, que jamais será esquecido
Ó som do teu cantar foi adormecido......
Adormecido num baque inesperado,
E meu coração ficou como que magoado.
Não era direito.... não podia acreditar,
Que se calava, para o sempre, o seu cantar;
Que só poderia ouvi-la em disco ou fita gravada.....
Que não mais te encontraria na madrugada......
Que tua irreverência com a vida,
Foi, subitamente, interrompida.
Não podia acreditar na realidade,
Que, de você, só ficaria a imagem da saudade.
Uma saudade, que cala fundo.....
E que partirás, para um outro mundo.
Mas penso que lá, no “botequim da eternidade”,
Não há lugar para a saudade.....
Que lá, entre os imortais da ilusão,
Teu “trem azul” encontrou sua estação,
E que continuarás..... irreverente..... endiabrada,
Fazendo marcar teu nome na real morada.....
E de lá, olhando para o mundo, aqui em baixo,
Cantarás “fascinação”, em contra-baixo.”


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

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