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sábado, 6 de dezembro de 2008

“Adeus Sem Volta”

De teus lábios, escutei confissões,
Escutei pedidos de perdoes,
Escutei palavras amorosas,
Enfim, fui seu confessor.

Participei, como ouvinte, de tua intimidade,
Escutei tua mentira e tua verdade,
Vi a paixão, te brotando ao peito,
Reneguei, em ti, algum defeito,
E seu ver nada, cego, dei-te amor.

O tempo passou, mas eu negava,
Que o nosso amor se acabava,
Pois não podia acreditar,
Na frieza de teu olhar,
Na distancia.... nos separando.

Certo dia, anos passados,
Vi teus trapos amontoados,
Na porta, um carro te esperava,
Te perguntei se ainda me amava,
E você disse: Por te amar, estou te deixando.

Vi o belo carro, contigo partir,
E, nem sei porque, comecei a sorrir.
Sorria para não chorar,
Pois não podia pensar,
Meu pensamento se embaralhava.

Corri a casa dos conhecidos,
E todos, como que comovidos,
Negaram sobre te paradeiro,
E do ultimo ao primeiro,
Diziam: Ela não prestava.

Não me importei com que diziam,
Pois eles, por dentro, não sentiam,
A dor terrível, que me sufocava,
Pois, mesmo traído, te amava,
E queria te perdoar.

Entrei no boteco da esquina,
Tentando afogar a triste sina,
Que rasgava meu sofrido coração,
Pronto a dar-te meu perdão,
Na hora do teu voltar.

Mas não houve oportunidade,
Pois tu nunca voltou, não é verdade?


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

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