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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A ESPERADA

A morte, esta bendita senhora,
Que nos procura, sem marcar hora,
Que sempre nos pega, sem prevenir.
Companheira dos desafortunados,
Inimiga dos apaixonados,
Senhora com a qual, não podemos competir.

Mas, a mim, ela não mete medo,
Pois sei que a encontrarei cedo,
Numa noite de puro luar.
Confio no além morte,
Que morre é quem ganha sorte,
De, na vida eterna, continuar.

A vida, quando a recebemos,
É porque a merecemos,
Mas eterna, ninguém a tem.
Ela tem data marcada,
Para ser, pelos céus, resgatada,
E a morte, neste dia, vem.

Vem como que cobrar,
A divida, que temos que resgatar,
Como prova de gratidão.
E cada momento vivido,
Deve ser, deveras, sentido,
Como penitencia, como opção.



Pois, ao nascer, recebemos,
Aquilo que merecemos;
O mundo, a injustiça, a dor.
Devemos nos conformar,
E procurar aprimorar,
Aquilo que chamamos amor.

Pois quando chegar o dia,
Iremos, sem companhia,
Prestar contas, ser analisado.
Cada erro, que cometemos,
Por ele, nós respondemos,
Ao poder santificado.

Tudo conta, na balança,
Desde os tempos de criança,
Cada ato, cada pensamento.
Se merecemos o perdão,
O recebemos, sem distinção,
De raça, cor ou sentimento.

Mas se algo faltar para a pureza,
Nos será negado a beleza,
Do paraíso de Adão.
Voltaremos para pagar,
O que voltar para completar,
No todo, nossa missão.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

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